“Aprendi que sempre temos a oferecer mais do que acreditamos” por Eliana Avelãs (no Caminho de Santiago)

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2ACD7876-6E9D-4AFB-8997-C2641DEFEA86Minha experiência começou muito antes de partir, quando percebi que o desejo de realizar o Caminho de Santiago era maior que o medo de voar. Mergulhei nessa ideia e a partir daí tudo foi simplesmente acontecendo. Os detalhes foram confirmando  que “Ele” estava comigo preparando o Camino.

Fui sozinha , para espanto de muitos e imensa preocupação de minha mãe. Ela fez questão de me ver “sair” e dar os primeiros passos no Caminho de Santiago. Fomos juntas até Tui e nos hospedamos “por acaso” no mesmo hotel que foi cenário do filme “The Way”. Foi mágico estar ali e relembrar aquele filme que muito me motivou.

Na manhã seguinte sai bem cedinho. Estava muito ansiosa, feliz, tranquila. Logo fui encontrando o “mundo” ao meu redor: Eslovénia, Áustria, França, Austrália , Alemanha, Coreia, Polônia ….Quando cheguei ao primeiro café fiquei espantada de como podíamos nos comunicar  tão bem . Eu tinha apenas um inglês rudimentar com um  pobre vocabulário. Comunicar é muito mais do que pronunciar palavras.

O dono do café gentilmente ensinava a todos que por ali passavam, como pegar o desvio para evitar o trecho do polígono industrial de Porriño. Gentilezas não faltaram desse povo da Galícia! Que terra linda e que povo generoso de coração.

A cada dia crescia o meu entusiasmo. Chegava cansada ao albergue. Tomava banho, lavava roupa, almoçava e de repente estava recuperada para passear pela cidade.

A cada dia caminhava com menos pressa, curtindo o som, o perfume, as cores, a natureza.

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No que o caminho me modificou?

Aprendi a “estar” neste lugar, neste momento

Aprendi que o inesperado é bem vindo

Aprendi que a generosidade é contagiante

Aprendi que sempre temos a oferecer mais do que acreditamos

Aprendi que o Camino continua aonde estivermos  





 

 

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Para quem gosta de “dicas” de sobrevivência , ou de  conveniência:

  • calcinhas descartáveis, não viajo mais sem elas
  • se seus pés estiverem desconfortáveis, vale trocar a bota por um sapato mais leve e continuar andando com mais cuidado e com menos pressa
  • shampoo serve pra tomar banho, lavar o cabelo, lavar roupa: tudo em um
  • uma vez precisei secar as meias. Não tinha secadora nem secador de cabelo. Usar meias molhadas jamais: usei uma frigideira! Fogo baixo e  cuidado de virar o tempo todo. Deu certo.
  • despachar a mochila um dia para caminhar mais leve, também vale a pena.
  • planejar o próximo caminho: assim começa o retorno.

Bom Camino

Ultreya

Eliana Avelãs (no Caminho de Santiago)